Para encerrar o capítulo que abri com o “Mudar de medos” venho muito resumidamente falar sobre as pessoas que nos acompanharam naquela situação: as parteiras, enfermeiras e as médicas (foram quase sempre mulheres). Esta é a minha forma de agradecer e de demonstrar a admiração que ganhei por elas, e por tantos outros que tenham a mesma profissão e a desempenhem com igual dedicação.

Nunca gostei de hospitais (quem gosta?) e sempre quis ver enfermeiros e médicos à distância; nunca tinha tido oportunidade de passar tempo suficiente entre eles para os ver como pessoas. Para prestar atenção ao que realmente fazem, no decorrer de um vulgar dia de trabalho. Durante a semana em que o R esteve internado isso mudou.
Nessa ocasião tivemos o privilégio de conhecer e confraternizar com vários profissionais de saúde, já que passávamos a maior parte do nosso tempo nos cuidados intensivos para recém nascidos ao lado do nosso bebé e a fazer o que podíamos por ele. Quando tínhamos que ir embora sem ele o nosso coração esteve sempre descansado, pois sabíamos que ele estava em boas mãos. Isto pode parecer fácil para quem nunca passou por algo semelhante, mas não é. As pessoas que o acompanharam e a calma que nos transmitiram fizeram toda (mas TODA!) a diferença.
Esta caixa de texto não chega para exprimir toda a gratidão que sinto, e sinceramente nem os meus dedos estão a encontrar as palavras certas no teclado. Foram demasiados os momentos de emoções fortes, são tantas as memórias de diferentes pessoas que com os mais simples gestos influenciaram de forma tão positiva a nossa vivência daqueles dias. Que trataram tão bem o meu bebé, sempre com palavras de carinho e sorrisos para dar, mesmo estando incrivelmente atarefadas no meio de tantos outros bebés (que espero que estejam bem e também já nas suas casas!). Levei um banho de humildade, saí de lá exausta mas com a alma feliz e com esperança, pois vi que ainda há muita boa gente por aí! Gente com outras vidas nas mãos e um poder real de fazer a diferença.
Posso e devo ainda referir os outros pais, outros casais que estavam lá a passar pelo mesmo. Com os quais também vivemos momentos fortes, em que muitas vezes nem foi necessário falar para nos entendermos. Trocas de olhares, sorrisos, um simples olá ou um encolher de ombros com lágrimas nos olhos. Torcemos todos pela melhora dos filhos uns dos outros, e curiosamente éramos também todos de culturas e países diferentes (noruegueses, indianos e portugueses). Nessa semana proferi o I know the feeling mais sincero da minha vida, quando quem me tentava explicar o que estava a sentir não encontrava as palavras certas em inglês – depois disso bastou o silêncio entre nós e a troca invisível de esperança. Humanidade!
Chego aqui, àquele que decidi ser o último parágrafo, com muito pouco dito. A verdade é que as pessoas de que falo provavelmente nunca irão ler isto, mas tinha que lhes demonstrar apreço no meu Lugar à Janela. Tenho talvez esperança que o leitor se aperceba do impacto que elas tiveram na minha vida, e que vá por sua vez espalhar amor e bondade por aí. Que se recorde de experiências semelhantes que tenha tido e lhes dê um bocadinho mais de valor, tal como eu aprendi a dar…
Afinal há muita coisa boa a acontecer, por entre as paredes de um hospital.
(…) Bom resto de dia 🙂
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Sei perfeitamente o deves ter passado porque o meu filhote foi-me retirado mal nasceu e sofreu 2 operações num mês. Ter o nosso filho nos cuidados intensivos é algo que nunca se esquece mas dá-nos uma lição para toda a vida sobre a Vida não só pelos ensinamentos que retiramos do que estamos a passar nas nossas vidas mas também nas vidas dos outros.
Sabes o que faço para homenagear os profissionais que nos acompanharam? Todos os anos, no Natal, envio uma foto natalícia nossa para que eles vejam que o “bebé” cresce bem e saudável graças a eles.
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Ufff estou lavada em lágrimas! Que tudo corra bem a partir de agora. Mando-vos vibrações positivas de Barcelona! ❤️
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Um dia, o filhote lerá, babado, toda a ternura nas palavras dos pais.
PARABÉNS e as maiores felicidades para o R e os pais.👶
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❤ O meu caso não foi de perto tão exigente, por isso só posso imaginar o desespero que terão sentido. Felizmente sei, por seguir o blogue, o quão feliz e saudável ele é agora e a fantástica equipa que vocês são! 🙂
Obrigada pela dica, reparei nas fotografias que eles têm lá e algumas histórias de quem por lá passou. Lembro-me de passar pelos placards nos corredores e as observar.
beijinhos e um aperto de mão do meu rapaz para o teu
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❤ enviando de volta, a partir de Oslo
Força aos dois!! 🙂
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Muito obrigada!! 🙂
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Eles são o nosso coração a bater fora do peito. São eles que nos movem e por eles enfrentamos tudo até os nossos medos. Vida longa e cheia de saúde para o cotãozinho
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