Tenho visto muitas imagens bonitas nas redes sociais de mães a alimentar os seus bebés (SMAM19); isso fez-me lembrar de como foi complicado e exaustivo começar a amamentar. Na altura uma das coisas que mais me incentivou a continuar a tentar foi ler testemunhos de outras mulheres que tinham passado por algo semelhante, por isso hoje venho partilhar a minha história.
Os primeiros dias são cruciais para que um bebé aprenda a alimentar-se no peito da mãe, e como sabem (ou caso não saibam) o meu foi internado e consequentemente separado de mim. Na unidade de Neonatologia dão logo chucha aos recém-nascidos, o que lhes facilita a vida (compreensível!) mas para as mães torna-se o pior pesadelo porque ensina o bebé a chuchar e impede que ele se queira dar ao trabalho de aprender a fazer sucção. É absolutamente desaconselhável dar chucha ou biberão a um recém-nascido, se querem amamentar! Ora… quando eu finalmente consegui estar com ele para lhe dar peito já era tarde, e ele coitadinho não sabia puxar o leite e estava a ser alimentado por sonda (inicialmente).
Que frustração imensa! Ter leite, ter o bebé e não conseguir ligar os dois – não há forma de comunicar, de facilitar, nada! É por tentativa e erro, por insistência, e ninguém nos pode ajudar. Estamos exaustas e eles também, e no fim ainda temos que ir tirar o leite porque é perigoso para nós não o fazer e as dores são terríveis. Posso garantidamente dizer que foi o maior exercício de paciência que fiz na vida, e que mesmo quando começou a melhorar nunca foi um percurso em linha recta. Chegava ao ponto em que ele conseguia pegar no peito e eu ficava ali quase sem respirar para não quebrar a ligação, pois até ele pegar tinha ficado HORAS a tentar! Junta-se o pós-parto a isso, as hormonas e o cansaço e está servido um cocktail bombástico com sabor a lágrimas.
Como superámos? Como disse, a paciência teve de ser infinita. Não conseguíamos que ele mamasse mas não querendo agravar o problema evitámos usar biberão. O F aprendeu a alimentar o Cotãozinho com um copo – processo difícil e moroso, com a ajuda das enfermeiras – e foi assim que pouco a pouco conseguimos ir conquistando pequenas vitórias até ele finalmente aprender a sucção.
Foi marcante e lembro-me claramente do dia em que se deu o clique e ele pegou nas minhas duas amigas sem problemas e sem lutas. Foi uma felicidade intensa! Hoje em dia é tão comilão que por ele eu tinha mais que duas, de certeza… 😀
E pronto, é isto. Não será a pior história porque acabou bem, mas pode ser que alguém esteja a passar pelo que nós passámos e veja isto. Na altura tinha muito medo de não conseguir amamentar, de ter que desistir, mas tentei sempre ter a mente aberta para essa possibilidade e não ser demasiado dura comigo mesma. Acho sinceramente que pouco importa como os alimentamos, desde que haja amor e que estejamos a fazer o melhor por nós e por eles é isso que vai fazer diferença no fim!
Boa semana 🙂
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Eu não consegui. Chorei tanto… Já me importavam para não fazer mais isso porque não era bom nem para mim nem para ele. Foram muitos dias nos cuidados intensivos e apesar de tirar com a bomba o leite secou.
Tive de desistir.
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