
Dugnad: esta palavra pode significar muita coisa e é um enorme símbolo do sentido de comunidade norueguês. Dugnad é quando várias pessoas se juntam para fazer um trabalho que no fim beneficiará todos – voluntariamente. Solidariedade!
Quando a crise rebentou, o Governo pediu-nos um dugnad. Não houve Estado de Emergência, contou-se com a boa vontade das pessoas. Claro que ao nível político e económico nem tudo será bonitinho e cor-de-rosa (nunca é…), mas no dia-a-dia do humano comum foi assim que vivemos isto. Aqui em casa somos responsáveis, valorizamos o lugar que conseguimos neste país e agradecêmo-lo todos os dias. Aqui em casa, estamos em casa. Por isso participámos, desde o primeiro dia e até agora, neste dugnad.
A partir de segunda-feira vamos, como país, dar os primeiros passos para que as coisas retornem à normalidade. Vão abrir creches e algumas escolas e gradualmente, ao longo da última semana de Abril, muita gente voltará aos seus trabalhos. É um risco, mas como os dados estatísticos parecem indicar que o COVID-19 está “controlado”… arriscamos. Parámos pelas pessoas, agora tentamos arrancar pela economia – porque sem ela não há nada…
Hoje instalei no telemóvel uma nova aplicação que o Governo lançou. É uma app um pouco controversa… que eleva o dugnad a uma nova dimensão. E a meu ver vale a pena dar-lhe uma chance! Essa aplicação irá alertar-me caso tenha estado próxima de alguém diagnosticado com coronavírus. Isto implica que vou permitir, na práctica, que a app armazene dados relativos à minha localização. E para isto resultar as outras pessoas têm que estar dispostas a consentir também, por isso no fim tudo dependerá do trabalho de equipa. Imaginem as possibilidades que isto abre para se seguir rapidamente o rasto do vírus e impedir contágios em massa…
Acho uma boa solução para dar continuidade ao dugnad e trazer alguma segurança a quem vai agora retomar o seu dia-a-dia normal, após mais de um mês de incertezas. Cá em casa um de nós vai voltar a trabalhar e, digam o que disserem sobre a gravidade (ou não) da doença, não queremos ver o nosso filho infectado com ela. Ou se tiver que ser, que se tenha feito todos os possíveis para ter algum controlo sobre a situação e actuar rapidamente.
E é isto. A Noruega vai tentar dar o salto, equipada com ferramentas para isso, e vamos ver o que sai daqui. Ou corre bem ou recomeça tudo. Cá estaremos para contar como foi!
PS: Se aterraste aqui e agora recomendo a leitura deste artigo Viver a crise da Noruega e também deste Nabos (para contexto).
Olá
Está complicado. Por cá as pessoas começam a dar mostras de estarem fartas e se há aquelas mais responsáveis, a verdade é que existem as outras…
Foi prorrogado mais 15 dias de Estado de Emergência e parece que vai ser o último, também se começa a preparar a sociedade para um retorno gradual à “normalidade” possível.
Beijinhos e saúde
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Aqui também há pessoas assim. Já falei com amigos que estão no centro da cidade e eles dizem que “está tudo normal”, houve sempre muita gente na rua. Mas até ver não foram suficientes para estragar o esforço do resto. Espero que aí também seja o caso!
Boa sorte no regresso “à normalidade”
Beijinhos!
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Boa sorte! Aqui por Espanha a coisa ainda está para durar… 😦
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