Esta semana tivemos consulta com a helsesøster (enfermeira pediatra) do C. e foi dia de vacina. Quando chegou a “altura da pica” e ela chamou uma colega para pedir opinião. A questão era se deviam dar a vacina no braço ou na coxa, que tipo de agulha usar (medo) e respectivos argumentos.
Enquanto escutava a conversa – e colocava algumas perguntas para ter a certeza que entendia o que se estava a passar (…aiii meu rico bebé!) – constatei surpreendida que tinha na minha cabeça a imagem de uma caixa de frango na prateleira do supermercado.
“Frango!? Mas porquê frango?”. Pus-me a pensar e lá cheguei a uma conclusão lógica. Nunca antes tinha usado a palavra “lår” (coxa), mas já a tinha visto… no supermercado, na secção das carnes! Por algum motivo o meu amigo cérebro achou que seria útil presentear-me com aquela associação enquanto eu me esforçava (ainda que inconscientemente) para traduzir e interpretar a conversa entre as enfermeiras.
É a este ponto que as coisas chegam, na vida de uma pobre e coitada emigrante. Tive de pensar em frangos para perceber que estavam a falar da coxa do meu filho! Mais degradante que isso só o sentimento de orgulho por ter percebido/utilizado uma palavra nova… E no meio disto tudo ele lá levou “a pica” no braço – só chorou um bocadinho, não se preocupem.
Uma história que demonstra o quanto os nossos cérebros são máquinas, sempre a armazenar informação – just in case. Desenrascado, este meu cérebro.
Nota: em busca de uma imagem para este artigo, que depois resolvi não usar, lembrei-me de partilhar convosco que a empresa que distribui bens alimentícios pelas superfícies comerciais cá da terra se chama A.S.K.O. (sigla) … 😀 Pois, pois é.
Estou a sorrir. Obrigado. Fez-me bem ler sobre a sua aventura com as palavras.
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E agora foi a minha vez de sorrir. Obrigada eu!
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O nosso cérebro é de facto fantástico mas estou a ter algumas dificuldades em fazer ligações neuronais para memorizar o vocabulário 🙈 como não consigo comparar algumas coisas com o português/inglês (quer regras gramaticais quer vocabulário), torna-se difícil para mim. Mas ontem senti o belo sentimento de conseguir traduzir/perceber uma simples frase escrita numa pedra no meio da floresta “du er god nok”. Senti-me tão orgulhosa 😅 beijinhos e obrigada pelas partilhas.
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Também és uma Portuguesa em Oslo?
É realmente difícil, uma língua completamente diferente da nossa… Mas pouco a pouco as coisas começam a fazer sentido.
Curioso, lembro-me de ter o mesmo sentimento há uns anos ao ver a mesma frase no bosque em Ekeberg! 😃
Boa sorte!
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Tens sempre histórias tão caricatas com o idioma norueguês! Até me dás vontade de querer aprender a língua eheh 🙂
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É uma língua divertida de se aprender, enriquecedora! Muuuito diferente da nossa
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😆
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